Na calada da noite ou no alvoroçar do dia, é impossível precisar exatamente quando isso ocorreu, de maneira sorrateira e na surdina, levaram de mim o meu bem mais precioso.
Sim, porque meu amor estava no tempo, meu pensar estava no tempo. Até o ímpeto que tinha de tornar-me um grande herói para a humanidade, quem sabe até o próximo prêmio Nobel da paz, esvaiu-se, assim como tudo mais o que me fazia sentido, diante do tão irrecuperável saque à essência do meu eu.
Se por um acaso me fosse possível, correria os quatro cantos do mundo a fixar cartazes pelas ruas onde desesperadamente anunciaria: TEMPO. PROCURA-SE.
É bem verdade que quando o tempo se foi deixaram comigo, como alento à profunda incompetência diante da forma como conduzo minha vida, o álibi. Então, quando não sou o que deveria ou quando não tenho o que deveria, refugio-me diante da tão “inexorável” realidade: EU NÃO TENHO TEMPO.
Mesmo assim, o quero de volta. Podem ficar com o álibi, pago o que for preciso por essa troca. Acho justo. Quero amar, pensar... enfim, salvar-me para que assim eu possa salvar o mundo. E quem sabe ser o próximo prêmio Nobel da paz.
Grande Get, parabéns pelo blog, está super criativo (o que não é surpresa, já que vem de você!). Muito bom saber que agora você divide seus textos conosco. Abraços,
ResponderExcluirRenato Barros